Associação Coração Amarelo

Foi a 12 de Dezembro de 2010 que deu inicio uma nova aventura nos Bouceiros , com Inicio de funções da comissão Instaladora e inauguração das instalações na antiga escola Primaria da Aldeia.

Mais que mil palavras ou mil fotos , aqui deixamos o testemunho como foi sentido esse momento em que um Coração amarelo nasceu aqui nesta serra :

“ Faz hoje oito dias que colhia flores no jardim e ramos verdes no campo para enfeitar.

Amarelo foi a cor escolhida, pois era amarelo o coração que iria nascer.

Há vinte anos, foi essa cor que chamou-me a atenção nos caminhos da serra .

As vinagreiras em flor pintam todos os anos a paisagem com traços florescentes que o Sol no seu auge, ajuda a avivar, morrendo depois, ao fim do dia, quando o frio desce e os raios esmorecem no horizonte.

Neste momento, o amarelo vem do lume que aquece o ambiente nesta época gelada.

Ao rubro estão ainda as recordações recentes do começo do Coração Amarelo aqui.

Os poemas inflamados da Raquel, o colorido das telas de Inês, os discursos, as pessoas principalmente as pessoas!

A Isabel abriu as portas e entrou muita gente .Vinham ver e saber o que aquilo era.

“Mais importante do que dizer coisas às pessoas, será ouvi-las” (disse Manuel Lucena, então presidente da Direção Nacional)

No fim a Senhora Professora apresentava a primeira aluna da escola que foi construída em 1930.

Aí estava ela, uma senhora de provecta idade, com sorriso nos lábios e alegria no coração:

-Foi o meu pai ,mais fulano e sicrano que se movimentaram e fizeram a escola. -dizia a dita senhora com o seu entusiasmo.

São estas e outras memórias vividas que gostaríamos de registar, reviver e viver com as pessoas numa atitude fraterna e solidária que tornam a vida mais agradável.

Entretanto o sino toca na aldeia.

“Gosto do toque” (disse Rosa Araújo)

Pensei que lhe fizesse lembrar Fátima ou o sino de outra igreja qualquer.

-Não – disse

“Parece o som dos relógios das nossas casas”

E assim deixei os Bouceiros no meio da noite escura, a pensar na aldeia feita sala de estar num interior aconchegante de paredes que refletem o amarelo do lume que é doce e acolhe.

A escola ficou ao fundo com a lembrança da primeira aluna e o quadro negro daquele tempo mostrando, agora a giz amarelo, um CORAÇÃO que pretende irradiar e captar mais alunos e alunas daquele tempo, que em solidão precisam do nosso conforto.

(Texto de Filomena Sarmento)

E…assim nasceu o coração amarelo nos Bouceiros